Turismo em Arcos: a manifestação da cultura em arte

Turismo em Arcos: a manifestação da cultura em arte

O Instituto Histórico de Pitangui participou de uma visita técnica à cidade de Arcos-MG, através do Coletivo Inconfidentes. Israel Almeida, nosso arquivista do IHP, é membro dessa organização que busca elaborar estudos históricos e sociais sobre a gênese do Centro-Oeste mineiro.

A visita começou na sede do PODCAST OS ZARCO (@oszarco) onde destaquei a importância do Instituto Histórico de Pitangui na preservação da história material e bibliográfica do Centro-Oeste mineiro e como Pitangui é e deve ser protagonista quando se trata de construirmos a gênese de nossa região

Sabemos que os caminhos da Picada de Goyaz ( estradas que levam ao atual estado de Goiás) passavam por Pitangui e alguns trechos tem como ponto de partida a nossa cidade. Além disso destacamos também o percurso Trilha dos Bandeirantes que também integrou em sua rota turística o nosso município ate 2022. Até mesmo a antiga Estrada Real tinha em seu trajeto a antiga Vila de Pitangui.

Após a gravação do podcast que em breve estará disponível em nossas redes oficiais, nos dirigimos para o sítio arqueológico do Paredão da Posse Grande na região de Corumbá, distrito que faz divisa com os municípios de Arcos e Pains. La, diante das pinturas rupestres datadas em aproximadamente 2.000 a 6.000 anos, pudemos refletir sobre como a comunicação humana transcende os conceitos da bibliografia ou linguagem escrita.

Estamos acostumados a achar que a escrita é o ponto de partida da evolução humana no que tange a comunicação, mas nos esquecemos que os povos primitivos, pré-cabralinos ou originários do Brasil possuíam suas próprias formas e costumes de se comunicarem. E através das pinturas rupestres percebemos que o cotidiano dos homens primitivos, bem como seus costumes, tradições, cosmologias, ensinos sobre caça e coleta estão todos gravados na rocha como uma forma original de comunicação, ainda que diferente da escrita como iriamos observar surgir no Egito Antigo com os hieróglifos ou na Mesopotâmia a cerca de 5.000 anos atrás.

A visita se encerrou na sede da Casa de Cultura de Arcos onde apreciamos uma pequena mostra cultural da história da cidade e suas origens.

A importância dessa visita se deve ao fato de estendermos o alcance do Instituto Histórico de Pitangui para o contato com outras instituições que também visam a salvaguarda patrimonial de seus respectivos municípios e acervos. Ademais, criar laços e desvendar possíveis ligações da história de nossa antiga Sétima Vila do Ouro com regiões adjacentes que pertenciam aos termos da Comarca de Pitangui.

Relevamos a importância também das diversas manifestações culturais e descobertas arqueológicas como as pinturas rupestres do Paredão da Posse Grande e elucidamos a presença de antigos quilombos, como o Quilombo do Ambrósio, o qual também visitamos. Essas experiências podem nos ensinar muito sobre a presença e trajetórias dos povos originários e primitivos da bacia do Rio Pará em Pitangui, sobretudo a ocupação de terras por quilombolas que aqui também se instalaram, como é o caso da comunidade de Veloso.

Agradecemos a Evaldo Rui de Oliveira , diretor do Coletivo Inconfidentes e historiador da cidade de Arcos-MG que nos recepcionou. Agradecemos também ao biólogo Pedro Rocha, mestre em Conservação da Biodiversidade, que nos guiou pela rota de Corumbá e aos demais integrantes do Coletivo Inconfidentes.

Israel Almeida
02 de maio de 2024

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