Instituto Histórico de Pitangui – Acervos

Compõem o patrimônio do Instituto Histórico de Pitangui dois acervos. Um é o acervo documental, formado por documentos que compunham o antigo acervo judicial da Comarca de Pitangui; o outro é o acervo de arte sacra.

Acervo de arte sacra


O acervo é composto por 45 imagens, em sua maior parte, do século 18. São imagens de santos esculpidos em madeira, mas também uma série de outras peças de natureza religiosa, como, castiçais, cálices, crucifixos e até pinturas em tela. Uma delas, com 89 centímetros de altura por 112 centímetros de largura, retrata o interior da antiga igreja de Nossa Senhora do Pilar. A pintura é assinada por Jair Inácio, artista ouro-pretano que fez fama no século passado.

Recentemente, todas as peças do acervo foram restauradas, na expectativa de que pudessem vir a ser expostas por ocasião da comemoração dos 300 anos de Pitangui, em 2015. A exposição não aconteceu porque a restauração do prédio onde seriam expostas, o chamado “prédio do museu” ainda não foi concluída. No momento, o acervo de arte sacra está guardado em um local, por razões de segurança, que é do conhecimento de poucos.

O acervo foi construído ao longo dos últimos 40 anos a partir da doação feita pela Paróquia de Pitangui de imagens e objetos religiosos que estavam nas igrejas e capelas do município. Um dos principais responsáveis pela montagem do museu de arte sacra foi o Padre Guerino Valentino Pontello, que entendia ser mais importante as imagens estarem expostas em um local seguro, junto com as demais peças, do que nas próprias igrejas. A doação das imagens se deu principalmente durante seu período à frente da paróquia de Pitangui.

Acervo documental


A organização do acervo documental teve início tão logo foi empossada a primeira diretoria do Instituto. O trabalho foi feito sob coordenação de Achrises Gonçalves dos Santos, que era funcionário da Presidência da República e fora designado pelo então ministro da Educação, Gustavo Capanema, para dar suporte técnico ao trabalho de implantação do Instituto.

Esse trabalho durou até meados dos anos de 1980. Foi ele quem primeiro se debruçou sobre aqueles documentos, construindo um índice geral que, durante muitos anos, norteou o acesso à documentação.

A segunda etapa desse processo se deu no segundo semestre de 2003, quando os professores Francisco Andrade e Mariza Guerra de Andrade, da Fundação Educacional de Divinópolis (Funedi), hoje/Uemg) fizeram uma avaliação preliminar da documentação existente. Esse trabalho serviu de base para o convênio firmado no ano seguinte entre a Funedi e a Prefeitura de Pitangui e que resultou na estruturação e disponibilização para consulta pública, de parte do acervo documental do Instituto – que vai do início do século 18 até meados do século 19.

Quando do início do trabalho, veio uma surpresa: a constatação de que o acervo era bem maior que a estimativa inicial, pois continha outros fundos de documentos que deveriam ser preservados e disponibilizados para pesquisa.

Acervo de documentos

Quando do início do trabalho, veio uma surpresa: a constatação de que o acervo era bem maior que a estimativa inicial, pois continha outros fundos de documentos que deveriam ser preservados e disponibilizados para pesquisa.

Até o momento, toda a documentação relativa ao século 18 está higienizada, identificada e organizada. Só não está disponível para a pesquisa devido ao incêndio que destruiu o prédio onde o arquivo estava guardado. São 12.800 documentos divididos em dezenas de tipologias, cada qual com suas especificidades. Quanto ao século 19, foram higienizados, identificados e organizados até agora cerca de 3.000 documentos.

Das series que compõem o acervo do Instituto, as mais significativas, em número de documentos são as seguintes:

Ação de crédito – Ação referente à cobrança de dívidas contraídas pelo réu com o autor.
Número de documentos: 1.810

Ação de alma – Ação de crédito que estipulava um prazo para que o devedor pagasse a dívida, mediante um juramento de sua própria alma para selar o compromisso.
Número de documentos: 1.119

Libelo cível – Ação na qual o autor requer uma explicação do réu a respeito de uma dívida de matéria cível.
Número de documentos: 551

Testamentária – Ação de prestação de contas de um testamento por parte do testamenteiro.
Número de documentos: 308

Notificação – Ação de comunicação escrita a alguém sobre um determinado fato ou intenção jurídica.
Número de documentos: 300

Justificação – Ação voluntária para o caso de não se apresentar provas documentais ou testemunhais referentes a uma causa jurídica.
Número de documentos: 288

Emancipação – Ação em que o requerente busca a maioridade e o direito de tornar-se independente juridicamente, ou seja, o poder de reger sua pessoa e administrar seus bens.
Número de documentos: 173

Embargo – Ação para embargar uma sentença já proferida ou obter o impedimento a uma sentença dada por um juiz.
Número de documentos: 118

 O acervo de ações de alma do Instituto Histórico de Pitangui é um dos maiores do país. Porém, os inventários e os testamentos são os documentos mais procurados, sobretudo por conta do interesse que tais documentos despertam entre os genealogistas.

O Instituto possui também uma série de documentos avulsos, como os livros de registro de batismo, da segunda metade do século 19, livros de emancipação de escravos, livros das atas da Câmara Municipal de Pitangui, livros de atas da fábrica de tecidos da Companhia de Tecidos Pitanguiense, além de exemplares de jornais da região dos séculos 19 e 20. Parte desses documentos já foi tratada e catalogada. Parte ainda demanda tais trabalhos.

Há também um expressivo número de livros relativos à administração municipal datados de 1850 e 1950, e um expressivo número de fotografias, incluindo alguns negativos em vidro, do final do século 19 a meados do século 20. Desse mesmo período, e também à espera de tratamento e catalogação estão processos judiciais, jornais e o arquivo da Justiça Eleitoral de Pitangui.