136 anos após a abolição
O Instituto Histórico de Pitangui guarda um dos acervos mais raros de nossa história: O Livro de Classificação de Escravos.
Feito em novembro de 1872, o livro descreve o nome, cor da pele, idade, profissão e estado civil de pessoas negras submetidas ao regime escravista do Brasil, aqui na Vila de Pitangui.
Exaltamos as pessoas que descendem destes que no passado foram escravizados, pois sabemos que preservar essa memória é alertar e conscientizar as pessoas sobre as tristes consequências da escravidão, tais como o racismo estrutural, as desigualdades sociais, a marginalização das pessoas e manifestações culturais negras bem como suas religiões e cosmologias de vida.
Muitos desses livros foram sendo descartados pelos senhores de escravos da época por um único motivo: não indenizar (alforriar) seus escravos. Com a proclamação da Lei Áurea, os senhores de escravos se viam diante de uma divida para com os escravos inscritos no fundo de emancipação. Para os senhores e senhoras de escravos não interessava indenizar essas pessoas. Portanto, para que não houvessem provas, muitos desses exemplares foram queimados ou simplesmente descartados para que se não houvesse memória.
Temos orgulho em ter em Pitangui, a comunidade de Veloso, antigo Quilombo que serviu de refúgio para pessoas escravizadas que fugiam de seus senhores e de seus trabalhos forçados em minas de ouro e fazendas agrícolas. Abaixo, algumas imagens feitas em 2013 da comunidade citada em reportagem postada no Blog Daqui de Pitanguy.
Fonte: Blog Daqui de Pitanguy
Fonte: Blog Daqui de Pitanguy
Precisamos resgatar a história e protagonismo das pessoas negras em Pitangui, sobretudo aquelas que fizeram história e contribuíram para o crescimento de nossa sociedade e emancipação dos direitos das pessoas negras em nosso Estado.
Venha visitar o Instituto Histórico de Pitangui e conheça esse e mais arquivos importantes de nosso acervo!
Israel Almeida
13 de maio de 2024